quarta-feira, 12 de maio de 2010

contato improvisação, o caos, acaso, o aleatório...

                                                       imagem: A Dança, Matisse


queridos e queridas, desde o ano passado, quando começamos a nos encontrar para dançar com o Moinho de Dança que estamos flertando com uma prática-técnica de dança conhecida no Brasil como "contato improvisação". considerado por muitos como um marco na história da dança dos últimos tempos, já que " seus fundamentos deram origem forma de dança espontânea, sensorial e física na qual duas ou mais pessoas, brincam com o toque e o apoio como base para um diálogo de movimento improvisado". ( Fernando Neder em um Trabalho desenvolvido para a disciplina Evolução da Dança, UNIRIO-CLA, 2005.01)

bom, então para saber um pouquinho mais sobre o contato... 

(mônica elias)


                                          foto: contato improvisação e o teatro do oprimido

O CONTATO IMPROVISAÇÃO é uma técnica surgida nos EUA no início dos anos 70, no marco da dança pós-moderna, e logo amplamente disseminada fora do âmbito artístico por vários países do mundo como uma nova dança social.
        Baseia-se no toque e na expansão das percepções como base para o desenvolvimento de um diálogo físico, profundo e espontâneo.
        Em sua origem, e ainda hoje nas abordagens mais “puras”, fez-se necessária a dessexualização do toque, pois propõe um nível de envolvimento físico de grande intimidade. O foco está no aumento de possibilidades do sentido do tato como orientador do movimento, facilitador da entrega e potencializador de níveis mais sutis de comunicação não-verbal. Isso requer que você reconheça a identidade e integridade do outro, a partir da escuta corporal.
É certo que todos temos um corpo, mas temos limitada consciência dele.
 Não importa qual seja o sexo ou a condição do corpo, pois a técnica não é muito estilizada, nem muito rígida em sua fórmula. Não é sobre quão rápido, alto, forte, flexível o indivíduo pode ser, não é esse o ponto.  O ponto está na qualidade de uma parceria, não na quantidade.

     ACESSIBILIDADE


A partir do Contato Improvisação foi criado por Alito Alessi (EUA) a técnica DanceAbility”, utilizada por vários professores na inclusão de portadores de deficiência através da dança.


DEMOCRATIZAÇÃO
Uma das premissas básicas do Contato Improvisação é: "Qualquer corpo pode dançar".
Com essa técnica aprendemos que não há corpo que não tenha suas limitações, mas elas não serão impedimento para a dança.
A dança no Contato Improvisação, não se foca na habilidade, força ou flexibilidade de um corpo, mas na qualidade da escuta num dueto.

Fonte: http://contactinrio.jimdo.com/homepage/o-que-%C3%A9-contato-improvisa%C3%A7%C3%A3o/

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terça-feira, 11 de maio de 2010

... dança do ventre, hacks el chark ...

na prática de ontem (apesar da chuva e do mau tempo),  a vanessa trabalhou em cima das posições das pernas e braços da dança do ventre. foi uma aula muito linda, e começamos a traçar vários paralelos entre a dança do ventre e o ballet. incrível a conexão entre esses dois estilos de dança tão diferentes, mas que partem do mesmo princípio-instrumento: o corpo. e já que na última postagem colocamos no ar a história das origens do ballet, dessa vez vamos viajar mais ainda no tempo e saber um pouquinho das origens da história da dança do ventre.

Muita polêmica e incerta é a origem da Dança do Ventre. Ao pesquisar sua origem sempre se chega à seguinte conclusão: “Não há registros concretos que provem com exatidão e clareza, a origem da Dança do Ventre”. Em decorrência disso, dissertaremos baseadas em hipóteses e, ao mesmo tempo, em certezas. 
      No princípio, “os nomes reais” da Dança do Ventre eram:
-         - Dança Oriental, conhecida pelos orientais e nos países árabes. Todavia, o nome não é mais utilizado porque o termo ORIENTAL também designa países como Japão, China, que não fazem parte do contexto aqui mencionado.
-         - Racks el Chark, que significa Dança do Leste, local onde o sol nasce. É o oposto de tudo, desconhecido, pouco claro, em decorrência da noite, da escuridão. O Sol também é o alimento e a fonte de energia para tudo e todos.

         O nome “Dança do Ventre” foi dado pelos Franceses para aquela dança na qual “a bailarina mexia o estômago e o quadril de forma voluptuosa, ao som de ritmos orientais”.
A Dança é uma das mais belas e antigas artes, pois através dela, o homem passa a perceber o seu corpo de maneira instintiva.
            Há mais ou menos 12.000 anos, antes, inclusive, do antigo Egito, numa época remota, já existiam danças ritualistas feitas para algumas finalidades.
            Havia, por exemplo, a dança da fecundidade, em que as mulheres ao redor das fogueiras –símbolo de luz e alimento para os primitivos -, balançavam o quadril, pulsavam o ventre e contorciam-se como serpentes, em louvor à Deusa-mãe. Existiam, também, danças com sacrifícios para oferendas, rituais culturais, funerais etc; feitos por tribos bárbaras e nômades, dos desertos.
            No Antigo Egito a Dança Ritualística tinha um caráter Sagrado, intimamente ligado à história e aos costumes. Viver no Vale do Rio Nilo equivalia estar destinado a uma rotina e geografia extremamente simples. Para os egípcios, tudo estava baseado e apoiado na hierarquia de seus Deuses e suas crenças.
            Assim sendo, Sacerdotisas Egípcias costumavam usar movimentos ondulatórios e batidas do ventre e do quadril para reverenciar Deuses como Ísis, Osíris, Hathor. Além disso, acredita-se que estes movimentos estavam associados à fertilidade, sendo praticados em rituais e cultos em Templos, homenageando a grande mãe pelo seu poder de dar e manter a vida.
            Com a invasão dos árabes no Egito, e uma série de migrações em um período conturbado de guerras, a Dança do Ventre passou a ser conhecida por outros povos, que a adquiriram para a sua cultura e modificaram-na de acordo com suas crenças e desejos.



            A primeira modificação foi a perda do caráter religioso. Por isso é tão difícil e complexo falar sobre esta dança que, devido ao seu histórico, em cada país possui um sentido e uma tendência.
            A Dança do Ventre tem seguido um processo evolutivo e tem sido praticada em inúmeros tipos de cenários como, palácios, mercados, praças e até em bordéis. A sua história acompanha a da humanidade, e deste fato não se pode fugir. Ela promove uma ligação direta entre o folclórico, o improviso e a imaginação individual de cada bailarina; um equilíbrio entre a regra e a liberdade de expressar seus sentimentos e movimentos.
            Apesar de toda imensidão que abrange, a Dança do Ventre é conhecida e considerada representante do mundo árabe e está intimamente ligada a sua música e seus ritmos de percussão. Ao contrário do que muitos imaginam, em cada ritmo árabe existe um componente primordial, que é a improvisação.
            Por fim, vale ressaltar os nomes das grandes bailarinas árabes em que, de inúmeras formas contribuíram para a história da Racks el Chark: Tahia Carioca, Nadia Gamall, Sâmia Gamall, Nagwa Fuad, entre outras.
            No Brasil, dentre inúmeros, contamos com dois nomes que, sem dúvida, também contribuíram para a história da Dança do Ventre: Shahrazade, a introdutora do Racks el Chark no País, e Samira, uma das grandes inovadoras e pioneiras da Dança.
            Durante a dança um tipo de exaltação (lí,li,li,li...) é muito comum entre os povos das aldeias e daqueles que vivem nos desertos, também chamados beduínos. É uma espécie de aclamação à bailarina pela beleza de sua dança.
            A verdadeira dança do ventre não deve ser confundida com a imagem publicitária que faz da bailarina um objeto sexual. A sensualidade existe, sem dúvida, mas envolta num clima de magia e misticismo sublimes.
            É uma dança milenar, portanto, tem um peso cultural que merece ser respeitado.
            Após esta viagem histórico-cultural, sejam bem-vindos ao mágico mundo da Racks el Chark.
 
Fontes:
Khan El Khalili

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quinta-feira, 6 de maio de 2010

...... belle ballet .......

ei gente...... no encontro de ontem tivemos uma convidada super especial, a laura moraes, que veio nos dar uma linda aula de iniciação ao ballet.... para muitas de nós a aula foi bem nostálgica, muita gente lembrou da infância, da adolescência, do bumbum pra dentro, joelho pra fora, as dores dos sapinhos no chão, pliês, primeira, segunda, terceira posição... a leveza dos braços, dos movimentos, batalhar a conquista da força da perna, o eixo do corpo... um pouquinho de técnica faz bem pra qualquer dançarino... seja qual for sua intenção. afinal, pra poder trazer o novo, temos que conhecer o tradicional, pra questionar o tradicional, temos que conhecê-lo, né?
então pra quem quiser saber um pouquim da história dessa arte doce e forte, aí vai....



As origens do balé
vêem de celebrações públicas italianas e francesas nos séculos XV, XVI e XVII. Na Itália a impulsiva representação dramática resultou no balleto, de ballo (" dança" ) e ballare ("dançar" ), enormes espetáculos durando horas (e até mesmo dias) que utilizavam dança, poemas recitados, canções e efeitos cênicos, todos organizados em torno de um enredo principal e com homens e garotos ricamente trajados no lugar da corte encenando os principais papéis. os espetáculos eram apresentados em grandes salões ou em quadras de tênis (já que teatros modernos não eram construídos antes do séc. XVI). a audiência para estas apresentações era composta principalmente por pessoas da corte, que contratavam dançarinos de alto escalão para ensinar aos amadores.

O primeiro ballet registrado aconteceu em 1489, comemorando o casamento do Duque de Milão com Isabel de Árgon.

Os ballets da corte possuíam graciosos movimentos de cabeça, braços e tronco em pequenos e delicados movimentos de pernas e pés, estes dificultados pelo vestuário feito com material e ornamentos pesados.
Era importante que os membros da corte dançassem bem e, por isso, surgiram os professores de dança que viajavam por vários lugares ensinando danças para todas as ocasiões como: casamento, vitórias em guerra, alianças políticas, etc.

O ballet tornou-se uma regularidade na corte francesa, que cada vez mais o aprimorava em ocasiões especiais, combinando dança com música, canções e poesia e atinge o auge da sua popularidade quase 100 anos mais tarde através do rei Luiz XIV. Luiz XIV, rei com 5 anos de idade, amava a dança tornou-se um grande bailarino e com 12 anos dançou, pela primeira vez, no ballet da corte.
A partir daí tomou parte em vários outros ballets aparecendo como um deus ou alguma outra figura poderosa. O seu título “REI SOL", vem do triunfante espectáculo que durou mais de 12 horas. Este rei fundou em 1661, a Academia Real de Ballet e a Academia real de Música e 8 anos mais tarde, a escola Nacional de Ballet.


O professor Pirre Beauchamp, foi quem criou as cinco posições dos pés, que se tornaram a base de todo aprendizado acadêmico do Ballet clássico. A dança tornou-se mais do que um passatempo da corte, tornou-se uma profissão e os espetáculos de ballet foram transferidos dos salões para teatros.


Em princípio, todos os bailarinos eram homens, que também faziam os papeis femininos, mas no fim do século XVII, a Escola de Dança passou a formar bailarinas mulheres, que ganharam logo importância, apesar de terem os seus movimentos ainda limitados pelos complicados figurinos. Uma das mais famosas bailarinas foi Marie Camargo, que causou sensação por encurtar a sua saia, calçar sapatos leves e assim poder saltar e mostrar os passos executados.


Com o desenvolvimento da técnica da dança e dos espectáculos profissionais, houve necessidade do ballet encontrar, por ele próprio, uma forma expressiva, verdadeira, ou seja, dar um significado aos movimentos da dança. Assim no final do século XVIII, um movimento liderado por Jean-Georges Noverre, inaugurou o "Ballet de Ação", isto é, a dança passou a ter uma narrativa, que apresentava
um enredo e personagens reais, modificando totalmente a forma do Ballet de até então.




pra quem quer saber mais sobre a história do ballet, na internet pode encontrar muito material... e videos também, mas cá entre nós, nada que é virtual se parece ao que se sente quando se dança essa dança, que nos conecta com uma parte muito especial da gente mesmo,tão forte e tão delicada ao mesmo tempo...

brigada à laura, todas nós amamos a prática. tá convidada pra sempre que quiser voltar......

(mônica)

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terça-feira, 4 de maio de 2010

o peso e a leveza


ontem na nossa prática de expressão corporal trabalhamos a questão do peso e da leveza em nossa dança. foi um momento bem catártico e todas as pessoas presentes deixaram-se levar pela proposta de uma maneira bem visceral, cada um à sua maneira, claro... o peso era leve, o chão e o céu, a leveza que partia de dentro pra fora, que chegava fora, e se tornava pesado, o pesado que era como uma pluma, de tão leve, o dedo que era mais leve que o ar, o leve que era mais pesado que o corpo......... o um e o outro fundindo-se numa dança que girava, linear, inconstante, constante.... a júlia, que ao final compartilhou com todas algumas de suas sensações, sentiu o peso e a leveza que saiam da natureza.... o chão, o vento, a terra, explosões...

segue então um trecho do livro a insustentável leveza do ser, do milan kundera, que nos brinda com uma das mais poéticas visões sobre o tema e um convite ao dançar com o peso e a leveza, senti-los até nos fios do cabelo....

"Será o peso de fato deplorável, e esplêndida a leveza?

O mais pesado dos fardos nos esmaga; sob seu peso, afundamos, somos pregados ao chão. E, no entanto, na poesia amorosa de todas as épocas, a mulher anseia por sucumbir ao peso do corpo do homem. O mais pesado dos fardos é, pois, simultaneamente, uma imagem da mais intensa plenitude da vida. Quanto mais pesado o fardo, mais nossas vidas se aproximam da terra, fazendo-se tanto mais reais e verdadeiras.

Inversamente, a ausência absoluta de um fardo faz com que o homem se torne mais leve do que o ar, fá-lo alçar-se às alturas, abandonar a terra e sua existência terrena, tornando-o apenas parcialmente real, seus movimentos tão livres quanto insignificantes.

O que escolheremos então? O peso ou a leveza?"


(mônica elias)

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domingo, 2 de maio de 2010

29 de abril, dia internacional da dança

O Dia Internacional da Dança vem sendo celebrado no dia 29 de abril, promovido pelo Conselho Internacional de Dança (CID), uma organização interna da UNESCO para todos tipos de dança.

A comemoração foi introduzida em 1982 pelo Comitê Internacional da Dança da UNESCO. A data comemora o nascimento de Jean-Georges Noverre (1727-1810), o criador do balé moderno.

Entre os objetivos do Dia da Dança estão o aumento da atenção pela importância da dança entre o público geral, assim como incentivar governos de todo o mundo para fornecerem um local próprio para dança em todos sistemas de educação, do ensino infantil ao superior.

Enquanto a dança tem sido uma parte integral da cultura humana através de sua história, não é prioridade oficial no mundo. Em particular, o prof. Alkis Raftis, então presidente do Conselho Internacional de Dança, disse em seu discurso em 2003 que "em mais da metade dos 200 países no mundo, a dança não aparece em textos legais (para melhor ou para pior!). Não há fundos no orçamento do Estado alocados para o apoio a este tipo de arte. Não há educação da dança, seja privada ou pública".

Em Mariana houve uma linda comemoração pelo dia da dança, promovida pela Escola de danças Tânia Suares. Foi na Praça da Sé, das 15 às 20 horas da quinta feira.... maior lua cheia no céu e vários grupos de dança de Mariana, Ouro Preto e Monsenhor Horta se apresentaram, teve de balé a jazz, de funk a capoeira... uma parte do corpo de bailes do Moinho esteve presente numa apresentação meio surreal, contando com a participação super especial do músico Dênis, tocando o tambor, fazendo pulsar o coração da praça e de todos nós....

Vamos dançar, gente, que a vida agradece................

(mônica elias)

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